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Anticoncepcional masculino: SERÁ QUE OS HOMENS ESTÃO INTERESSADOS EM COMPARTILHAR A RESPONSABILIDADE CONTRACEPTIVA COM SUAS PARCEIRAS?

Um contraceptivo para eles é algo que buscamos há tempos, não somente para reduzir o índice de gravidez não planejada, mas também para que as mulheres possam compartilhar com os homens mais uma responsabilidade destinada, até então, quase que exclusivamente para elas. 

A falta de financiamento e o desinteresse dos homens explicam por que a pílula do homem ainda não foi produzida em grande escala ou sequer foi para as fases de testes clínicos. Em vez disso, ainda se espera, de uma maneira geral, que as mulheres assumam a responsabilidade de não engravidar.

Já falei um pouco sobre esse tema em artigo anterior que você pode acessar pelo link:

Desde que a pílula anticoncepcional para mulheres foi aprovada na década de 1960, alguns pesquisadores têm interesse em desenvolver seu equivalente masculino. 

O principal desafio médico sempre foi o fato de que, enquanto a mulher libera um óvulo por mês, o homem produz milhões de espermatozoides por dia. Mesmo quando o homem perde 90% de sua capacidade de produzir espermatozoides, segue sendo fértil.

Porém, a pílula anticoncepcional masculina não existe apenas por motivos científicos, mas por uma questão de gênero e de normais sociais (PAPEIS SOCIAS). Se deixou esse trabalho exclusivamente para as mulheres

Até agora no Brasil e na lista de 20 métodos contraceptivos da Organização Mundial da Saúde (OMS), apenas preservativos e a vasectomia estão entre os métodos eficazes disponíveis para os homens.

Em março desse ano, uma equipe de cientistas informou ter desenvolvido uma pílula anticoncepcional masculina que teve 99% de eficácia em camundongos, sem provocar efeitos colaterais. O responsável pela apresentação da pesquisa é o doutor Abdullah Al Noman, graduado da Universidade de Minnesota, EUA. 

Trata-se de um método não hormonal, que bloqueia a ação do ácido retinóico – RAR-alfa. O composto é conhecido como YCT529 e os testes em humanos poderão começar até o final do ano.

Caso a fase em humanos tenha sucesso e tenhamos em breve um contraceptivo masculino, uma outra discussão se seguirá: será que os homens estarão finalmente preparados para assumir essa responsabilidade?

O tema da contracepção deve ser de todos os envolvidos. Embora seja certo que o homem esteja assumindo cada vez mais responsabilidade nisso, o fato é que ainda há muito a se fazer.

Importante reforçar que será necessário haver também mudanças sociais, e não só avanços científicos. Por uma questão de justiça social, devemos avançar em direção a uma responsabilidade contraceptiva compartilhada.

Se não houver mudanças nas normas de gênero dominantes quanto à saúde reprodutiva, me parece pouco provável que os homens usem a contracepção no mesmo ritmo que as mulheres, mesmo que os métodos existam.

O que deseja encontrar?

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